Já há alguns anos que o mercado da saúde vem discutindo alternativas para a remuneração das contas hospitalares. O modelo de remuneração fee-for-service ou conta aberta acaba favorecendo o consumo ao invés de favorecer a eficiência dos procedimentos médicos, dessa forma o volume de insumos só aumenta ao longo dos anos.
Neste contexto, os pacotes se tornaram os “queridinhos” das negociações no início dos anos 2000, e vieram como uma alternativa interessante, mas que logo ficou desacreditada, pois em alguns casos os valores dos pacotes superavam os valores das contas aberta, ou seja, era um baita “embrulho” para as operadoras.
Da mesma forma, os prestadores também penavam para reajustar os preços dos pacotes e, em alguns casos, estes amargavam cinco anos ou mais sem reajuste. Isso sem falar dos pacotes que davam prejuízo, pois com a incorporação tecnológica, inexistência de processos nas instituições hospitalares e a falta de uma composição clara dos itens que estavam inclusos e exclusos também não ajudavam ninguém. Esses são apenas alguns exemplos, pois o “buraco” dos pacotes é muito mais embaixo do que imaginamos, pois ninguém fala de margem de contribuição, rentabilidade, tributação e custo fixo, todos são assuntos proibidos neste cenário tão obscuro.
Para desviar desse iceberg surgiram os famosos Procedimentos Médicos Gerenciados (PMG). A lógica destes procedimentos é a vinculação do pacote com o procedimento clínico ou cirúrgico, considerando apenas os procedimentos com o mínimo de variação possível e com alta frequência de utilização dos itens inerente ao procedimento. Quando falo em relação ao procedimento, não estou considerando procedimentos associados, que é outro assunto muito polêmico aqui, diga-se de passagem.
A busca pelo equilíbrio econômico, com foco na eficiência da assistência prestada aos pacientes é de extrema importância. O adequado gerenciamento dos recursos, para manter a sustentabilidade do setor em longo prazo, é importante para todos nós e aqui não me coloco como operadora ou prestador, não. A minha preocupação é comigo, com a minha família e com os milhões de brasileiros que precisam do sistema de saúde funcionando de forma efetiva por muitos e muitos anos.
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